Especialista do NIC.br alerta para segurança da blockchain, HTTPS, VPN e outras na era da computação quântica

O Brasil deu mais um passo no desenvolvimento da computação quântica ao sediar um workshop internacional promovido pelo NIC.br, CGI.br e o Suzhou Quantum Center.
O evento, realizado na sede do NIC.br em São Paulo, contou com a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e reuniu cientistas do Brasil e da China para discutir os avanços e desafios da nova era tecnológica.
Durante a programação, encerrada nos últimos dias, especialistas se aprofundaram em aplicações práticas de plataformas quânticas e discutiram o impacto da tecnologia em áreas críticas como segurança digital, criptografia e sistemas distribuídos.
Um dos pontos altos foi a análise dos riscos que computadores quânticos podem representar para algoritmos de criptografia amplamente utilizados na internet.
O coordenador do MCTI, Felipe Silva Bellucci, destacou que “foram discutidos os impactos da Computação Quântica nos algoritmos de criptografia atualmente utilizados, como RSA, DSA e ECC, que são baseados em números primos“. Sistemas com criptografia como HTTPS, VPNs, DNSSEC, blockchain e outros estão sob o risco da era quântica.
Blockchain e criptografia sob pressão na nova era quântica
Um dos especialistas do NIC.br alertou que algoritmos como RSA, DSA e ECC, fundamentais para o funcionamento de redes seguras e sistemas como o blockchain, podem ser comprometidos com o uso comum de computadores quânticos. O nome do especialista não foi revelado pelo MCTI em nota ao público.
A declaração acende um sinal de atenção para todo o ecossistema de criptomoedas, que hoje depende da criptografia assimétrica para garantir a inviolabilidade de transações.
Apesar dos riscos, os especialistas afirmaram que a ameaça ainda não é imediata. No entanto, a preparação técnica e a pesquisa avançada são fundamentais para que governos e empresas não sejam surpreendidos por uma mudança abrupta de cenário.
O workshop também apresentou plataformas desenvolvidas pelo Suzhou Quantum Center, que permitem acesso remoto a computadores quânticos na China com até 100 Qbits.
Além disso, a tecnologia teve testes aplicados na resolução de problemas reais durante as atividades. Por fim, fortaleceu a troca de experiências entre as equipes brasileiras e chinesas.
Brasil acelera projetos quânticos e participa do Ano Internacional da ONU
O evento marcou também o avanço das iniciativas do MCTI para posicionar o Brasil como ator relevante no setor quântico global. Entre os projetos destacados está o laboratório de tecnologias quânticas no CBPF, no Rio de Janeiro, e o Centro de Competência MCTI-Embrapii no Senai Cimatec, em Salvador, voltado à formação de profissionais e desenvolvimento de soluções nacionais.
O país também conta com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Informação Quântica. Este é um local voltado à pesquisa básica, e com um grupo de trabalho interministerial que define diretrizes para a Iniciativa Brasileira em Tecnologias Quânticas.
Esses esforços se somam à agenda global, já que 2025 recebeu a menção pela ONU como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quânticas.
A mobilização internacional reflete o impacto que essas tecnologias terão sobre setores estratégicos, incluindo as finanças digitais.
Com a criptografia em xeque, a colaboração entre ciência, indústria e governos será decisiva para proteger estruturas vitais. Assim, tecnologias como a blockchain, que hoje sustentam bilhões em ativos e dados críticos ao redor do mundo, também devem se preparar.
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