Estimativa da Datagro aponta menor moagem de cana na safra 2025/26
Na safra 2025/26, o Centro-Sul do Brasil deverá processar 612 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, resultando em 42,35 milhões de toneladas de açúcar, 12,76 bilhões de litros de etanol anidro e 21,95 bilhões de litros de etanol hidratado. O mix açucareiro está projetado em 51%.
A projeção foi apresentada nesta quarta-feira, 12, pelo presidente da Datagro, Plinio Nastari, durante a 9ª edição da Abertura de Safra Cana Açúcar e Etanol, em Ribeirão Preto (SP), promovida pela consultoria. Se as estimativas forem confirmadas, o Brasil terá uma queda de 1,4% no processamento de cana em relação à temporada 2024/25, quando foram esmagadas 621 milhões de toneladas. “Foi uma safra muito impactada por incêndios e seca, que consumiram 450 mil hectares”, pontuou Nastari.
A Datagro aponta, ainda, que a produção de açúcar na temporada passada totalizou 39,81 milhões de toneladas — queda de 5,6% em relação a 2023/24. Por outro lado, a fabricação de etanol cresceu 3,7%, para 33,57 bilhões de litros, sendo:
- 12,2 bilhões de litros de etanol anidro (-5,8%)
- 21,4 bilhões de litros de etanol hidratado (+10,0%)
Impacto do clima
A temporada 2025/26 tem início oficialmente em abril, todavia, algumas usinas já iniciaram a moagem de cana. “Apesar de em janeiro e fevereiro chover menos, o acumulado desde outubro garante um abastecimento hídrico maior para a safra 2025/26 que está por vir. Mas as precipitações de março e abril serão determinantes para a oferta de cana”, pontuou o presidente da Datagro.
De acordo com dados apresentados, a precipitação acumulada entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025 no Centro-Sul do Brasil, meses que antecedem a nova temporada, somou mais de mil milímetros, acima dos 686 milímetros registrados no mesmo período da safra anterior. A média dos últimos cinco anos é de 935 milímetros.
Condições dos canaviais
Sobre as condições gerais dos canaviais na região, a expectativa é de um aumento na área de corte pela redução de 0,5 ponto percentual na intenção de plantio (de 15,8% para 15,3%). Projeta-se ainda expansão sobre áreas de citros, pastagens e seringueiras, sobretudo nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Quanto à qualidade da cana, espera-se uma maior infestação de plantas daninhas, podendo elevar impurezas, mas menor infestação de pragas, como a broca de cana, e redução de inóculo de doenças devido ao aumento de incêndios em 2024.
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