Exército decide tirar Operações Psicológicas do comando dos “kids pretos”

Depois de anunciar a transferência do curso de operações psicológicas em dezembro de 2024, como reportado pela Agência Pública, o comando do Exército agora decidiu tirar todo o Batalhão de Operações Psicológicas das instalações do Comando de Operações Especiais (COpEsp) em Goiânia, o reduto dos “kids pretos”. A partir de 1º de janeiro de 2026, o batalhão e o efetivo funcionarão integrados à comunicação militar em Brasília, sob influência direta do comandante do Exército, o general Tomás Ribeiro Paiva. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (25) no boletim da Força.

Ao fim de julho de 2025, o Centro de Comunicação Social do Exército deverá “integrar” as Operações Psicológicas à chamada “comunicação estratégica” da Força – criada para organizar a distribuição de conteúdos “para todos os públicos de interesse” dos militares, sem detalhes. Antes disso, o centro vai atualizar seu manual de comunicação estratégica, até o fim de maio, já abrigando as operações psicológicas.

O Exército ordenou ainda que seja apresentada uma proposta para o novo ‘tamanho’ da unidade de Operações Psicológicas. A quantidade de cargos previstos para a transferência para Brasília deverá ser apresentada à cúpula militar até setembro.

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Forças Especiais do Exército terão estrutura e formação revistas até este mês de março

“Kids pretos” perdem força e novos alunos terão “avaliação psicológica”

No conjunto de mudanças ordenadas pelo comando militar, o setor de Inteligência dos “kids pretos” será desidratado. O Centro de Inteligência do Exército (CIE) trabalhará, em coordenação com o Comando de Operações Especiais nessa “reestruturação”, sob a batuta do Comando Militar do Planalto. A cúpula militar espera que parte da estrutura disponível ao comando dos “kids pretos” seja desmobilizada, em especial a de “busca e coleta” de informações, segundo apurado pela Pública. Em outras palavras, o Exército quer impedir que o Comando de Operações Especiais faça operações invasivas de inteligência, independentes do controle do Centro de Inteligência militar.

Há ainda outras mudanças no Comando de Operações Especiais e na formação de seus oficiais. Até julho, o Departamento de Educação e Cultura terá de apresentar à cúpula do Exército uma “proposta de aplicação de avaliação psicológica” dos militares, que deverá ser realizada tão logo eles terminem os cursos de formação de Forças Especiais (CFEsp) e de Ações e Comandos (CAC) – que definem, afinal, quem serão os futuros “kids pretos”.

O Exército determinou que o Comando de Operações Terrestres (Coter) elabore, até julho, uma “proposta de reestruturação da capacidade de Operações Psicológicas” da Força, para sua integração ao setor de comunicação e transferência para a capital. A “capacidade” de qualquer unidade militar engloba estrutura, organização interna, treinamento, armamento e tamanho do efetivo, entre outros pontos.

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Forças Especiais do Exército terão estrutura e formação revistas até este mês de março

Exército quer nova formação até agosto

A futura saída das operações psicológicas do comando dos “kids pretos” faz parte de um processo iniciado pelo Exército ainda em dezembro de 2024, logo após a Polícia Federal entregar seu relatório sobre o caso do golpe. À época, a cúpula militar anunciou as primeiras mudanças no Comando de Operações Especiais em mais de 15 anos.

Até agosto, o Departamento de Educação e Cultura do Exército terá de sugerir propostas para reduzir o número de vagas e “otimizar o conteúdo dos cursos de Operações Psicológicas e de Comunicação Social”. Por fim, o comando ordenou que o Departamento-Geral de Pessoal mude “o processo de seleção e designação” dos cursos formadores dos “kids pretos”, de Operações Psicológicas e do Curso de Avançado de Operações Psicológicas (Caop) até outubro.

Conforme apurado pela Pública, um dos fatores para a escolha de novos alunos será um “tempo mínimo de serviço” na caserna, ainda indefinido. Para o comando do Exército, o objetivo é evitar que militares inexperientes tenham acesso a conhecimentos e técnicas sensíveis.

Operações Psicológicas na tentativa de golpe de 8/1

O 1º (e único) Batalhão de Operações Psicológicas do Exército ganhou notoriedade com a trama golpista graças ao suposto envolvimento do tenente-coronel Guilherme Marques Almeida. Colega do tenente-coronel Mauro Cid na turma de formandos do ano de 2000 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Almeida foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação em “operações estratégicas de desinformação”.

A acusação da PGR se baseia, entre outros elementos, em áudios atribuídos ao tenente-coronel Almeida – nos quais ele dizia atuar para “influenciar” grupos mobilizados no WhatsApp com desinformações sobre as urnas. Em um deles, Almeida fala em “direcionar o povo” para “a frente do Congresso” e em “explorar a dimensão informacional” disso – nas palavras dele, essa seria “a nossa parte”.

A defesa do tenente-coronel Almeida pede a rejeição da denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando “inépcia” e “falta de justa causa” em seu caso.

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"Pai orgulhoso do Davi e da Leonor, casado com a Roberta, minha parceira de vida e meu maior apoio. Como conservador, acredito profundamente na importância da justiça e do reconhecimento do esforço individual, valores que considero fundamentais para construir uma vida íntegra e significativa. Minha fé evangélica é o alicerce que sustenta minha existência, pois acredito que Deus é a razão e a fonte de tudo, guiando meus passos e dando propósito a cada escolha que faço. Vivo para honrar meus princípios e para cultivar uma vida baseada na verdade, na ética e no amor ao próximo, sempre buscando ser um exemplo para minha família e comunidade."

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