O Ibovespa (IBOV) subiu pela terceira sessão seguida nesta quinta-feira (27), em um dia de negociação marcado pelas quedas nos mercados globais após a nova onda de tarifas do presidente Donald Trump sobre automóveis.

O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,47% e fechou aos 133.149 pontos, o maior nível desde setembro do ano passado.

Contribuíram para a alta do índice os avanços de blue chips como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que tiveram ganhos de 0,80% e 0,75%, respectivamente.

No cenário macroeconômico, foi divulgado o IPCA-15, considerado a prévia da inflação. O indicador subiu em 0,64% em março, abaixo das projeções de analistas que esperavam alta de 0,67%.

Já o dólar subiu 0,34% e fechou o dia cotado a R$ 5,75.

Com a proximidade do fim do mês, o desempenho do câmbio no Brasil descolou do movimento no exterior. O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de divisas fortes, recuou 0,26%.

Entre as ações, destaque também para a Americanas (AMER3), fora do Ibovespa, que desabou 25,97% após apresentar seu resultado do quarto trimestre.

A dívida bruta da varejista terminou 2024 em R$ 1,8 bilhão, composta por três séries de debêntures.

Somando esse valor aos passivos remanescentes do plano de recuperação judicial com fornecedores, a alavancagem financeira chega a obrigações de R$ 2,3 bilhões. Já o GMV (Volume Bruto de Mercadorias, na sigla em inglês) caiu 5,1%, totalizando R$ 21,4 bilhões no ano.

Queda em Wall Street

No exterior, os principais índices americanos tiveram um dia de queda com o mercado avaliando as novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Na noite de quarta-feira (26), Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os carros importados, que passam a valer no dia 2 de abril. Montadoras como Toyota, Stellantis, Mercedes-Benz e General Motors recuaram em bloco.

Dow Jones, S&P500 e Nasdaq registraram baixas de 0,37%, 0,33% e 0,53%, respectivamente.

Já o mercado de títulos dá sinais de que os investidores de Wall Street estão preocupados com o impacto das tarifas na inflação. Os Treasuries de curto prazo superaram os de vencimentos mais longos.

Nesta quinta-feira, Trump ameaçou impor tarifas “muito maiores que as planejadas” à União Europeia (UE) e ao Canadá se houver trabalho conjunto entre eles para fazer frente às tarifas comerciais dos Estados Unidos.

“Se a União Europeia trabalhar com o Canadá para causar danos econômicos aos EUA, tarifas em larga escala, muito maiores do que as planejadas atualmente, serão impostas a ambos para proteger o melhor amigo que cada um desses dois países já teve”, disse Trump em uma publicação em sua rede social.

– Com informações da Bloomberg News.

Leia também

Por que este CIO com R$ 35 bilhões sob gestão está cauteloso com o crédito privado

Após ações caírem 30%, Natura tenta acalmar investidores e cita dividendo e margem

Fim da alta da Selic dependerá das projeções de inflação do BC, diz Mesquita, do Itaú