Inter diz que Ibovespa está “muito barato para ignorar” e projeta índice aos 140.200 mil pontos no final de 2025
O Inter atualizou a projeção do Ibovespa (IBOV) e agora estima o principal índice da bolsa brasileira em 140.200 pontos no final de 2025.
A considerar o fechamento desta sexta-feira (7), aos 125.034 pontos, o banco prevê um salto de um pouco mais de 12% nos próximos nove meses.
Apesar do potencial, a expectativa é menor do que a projeção anterior, de 143.200 pontos, divulgada em novembro do ano passado. “O cenário até então era de expectativas quanto ao anúncio do pacote fiscal”, afirma o analista Matheus Amaral, em relatório.
A revisão para baixo é justificada por um “clima agridoce” nos ativos brasileiros neste momento, na visão do banco. Um dos motivos é o rumo das contas públicas.
“O mercado já está desacreditado em um ajuste que resolva os problemas ainda neste governo. Fato que tem feito não só o investidor institucional mas o individual seguirem o fluxo vendido na bolsa”, diz o relatório.
Além disso, a bolsa brasileira já tem antecipado as eleições de 2026. “Seja nomes do lado A ou lado B estaremos diante de um mercado com elevada volatilidade em torno do tema”, afirma o analista.
Bolsa brasileira ‘muito barata para ignorar’
Na avaliação do Inter, as incertezas sobre as políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm incomodado o mercado — que já está precificando os riscos da pressão inflacionária gerada pelas tarifas de importação a vários países, entre eles, China, Canadá e México.
“Com o investidor estrangeiro preocupado com o valuation da bolsa americana, com a inflação e guerra comercial, ele passou a olhar para o que ficou para trás não só nos EUA, mas também para fora dos EUA”, afirma Amaral.
Segundo ele, esse movimento fez com que os mercados emergentes, como o Brasil, voltassem a ficar novamente atrativos. “Hoje somos uma das bolsas mais baratas do mundo e novamente ficamos baratos demais para ignorar”, diz o analista.
Hoje, nas contas do Inter, o Ibovespa está sendo negociado a 7 vezes o preço sobre o lucro (P/L) — métrica que compara o preço e o lucro das ações que compõem o índice, em uma relação em que quanto menor o P/L, mais baratas estão as ações.
A nova projeção estima o índice negociado a 7,5 vezes P/L. A média histórica do Ibovespa nos últimos dez anos é de 11 vezes P/L.
“O fato de considerarmos a bolsa brasileira bastante barata frente a pares internacionais, não retira os riscos da balança, o que faz o investidor ainda não pagar mais que 10, 9 ou mesmo 8x os lucros das companhias do nosso índice”, diz o relatório.
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