Linha contra assédio
A National Science Foundation (NSF), principal agência de apoio à pesquisa básica dos Estados Unidos, lançou uma linha direta que pode ser acessada a qualquer hora do dia por bolsistas, pesquisadores e técnicos da instituição em busca de apoio em situações de perseguição, assédio e violência sexual. Especialistas em atender casos como esses estarão disponíveis ininterruptamente para intervir em tempo real em crises e incidentes e prestar apoio emocional, de forma confidencial e individual. Também poderão dar informações sobre canais de denúncia e ajudarão a conectar os usuários com outros recursos de apoio.
A Linha de Ajuda para uma Ciência Mais Segura é operada pela Rede Nacional de Estupro, Abuso e Incesto, organização sem fins lucrativos contra a violência sexual. O serviço, que funciona via telefone, conversas on-line ou mensagens de texto, é uma ampliação de uma linha de apoio criada em 2023 para vítimas de assédio em estações de pesquisa dos Estados Unidos na Antártida.
A NSF não se envolverá diretamente no serviço e só receberá dados anonimizados sobre o atendimento. “Nenhuma informação sobre a comunicação será compartilhada com a agência, assim como a linha de ajuda não vai coletar nenhum dado de identificação pessoal”, disse à revista Science Renée Ferranti, assistente do Escritório do Programa de Prevenção e Resposta à Agressão e ao Assédio Sexual da agência. O objetivo, segundo Ferranti, é garantir confidencialidade, segurança e atendimento integral a vítimas e sobreviventes de assédio e violência.
A psicóloga Vicki Magley, da Universidade de Connecticut, que foi uma das autoras de um relatório sobre assédio sexual encomendado em 2018 pelas Academias Nacionais de Ciências, Engenharias e Medicina, disse à Science que a linha direta pode ser útil para ajudar as pessoas a lidar, por exemplo, com o chamado assédio de gênero, que envolve insultos sexistas ou de caráter sexual com o objetivo de degradar as pessoas. Esse tipo de assédio, segundo a psicóloga, pode evoluir rapidamente para violência e a intervenção precoce pode ser importante. Magley questiona se a linha de ajuda terá futuro com os cortes de despesas em curso em agências como a NSF. “Minha principal preocupação é que o governo atual pare de financiar a linha direta e não permita que ela continue”, afirmou.
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