Missão chinesa lançada hoje quer tirar pedaço de asteroide próximo à Terra
Se conseguir recolher amostras de asteroide, a China se tornará o terceiro país a cumprir a façanha. Nova missão também quer ver de perto um estranho cometa que está a 150 milhões de km da Terra; veja mais A China lançou nesta quarta-feira (28) a missão Tianwen-2, que tem como missão principal retirar amostras de um asteroide vizinho e trazê-las de volta ao nosso planeta. O asteroide em questão foi descoberto em 2016, tem 41 metros de diâmetro e ganhou o nome de 469219 Kamo‘oalewa. Ele está a uma distância entre 18 milhões e 46 milhões de km da Terra – pouca coisa em termos astronômicos. Acredita-se que ele possa ser, inclusive, um pedaço da Lua, o que pode dar pistas sobre as origens de nosso sistema solar.
Um comunicado da agência estatal chinesa de notícias Xinhua diz que a nave espacial Tianwen-2 partiu do Centro de Lançamento de Satélites Xichang, no sudoeste da China, na quinta-feira 1h31, no horário chinês (ou 14h31 desta quarta-feira, no horário de Brasília) a bordo do foguete Long March 3B. “A nave espacial desdobrou seus painéis solares suavemente, e a CNSA (Agência Espacial Chinesa) declarou o lançamento um sucesso”, completa a nota.
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Acredita-se que o tal asteroide tenha sido formado após a colisão da Lua com algum meteorito. Outra coisa que chama a atenção é sua composição: o solo do Kamo‘oalewa parece ter grandes quantidades de ferro (o que explicaria a sua cor aparentemente avermelhada).
A Tianwen-2 deve chegar ao asteroide até 2026. Uma cápsula da nave deve aterrissar de volta à Terra no deserto de Gobi, na China, em 2027. Se a missão for bem sucedida, a China se tornará o terceiro país a retornar ao planeta com amostras de um asteroide, atrás de Estados Unidos e Japão, como apontou o jornal The New York Times.
O que quer a missão Tianwen-2
Com a nova missão, o programa espacial chinesa espera obter mais informações sobre os segredos por trás da formação da Terra, Lua e outros vizinhos do sistema solar. Além de, potencialmente, entender as origens da água (e, por tabela, da vida, quem sabe?) em nossa vizinhança espacial.
“Asteroides também fornecem informações cruciais sobre a história evolutiva da Terra. Uma hipótese sustenta que a água da Terra foi trazida por pequenos corpos celestes. Suas colisões com o nosso planeta, como o evento que extinguiu os dinossauros, moldaram profundamente a evolução terrestre”, disse Liu Jianjun, vice-projetista-chefe da missão Tianwen-2 e pesquisador dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências, em comunicado.
Órbita do asteroide 469219 Kamoʻoalewa
Wikimedia Commons
A ideia é que a Tianwen-2 investigue também a 311P, uma “anomalia celeste” que está no cinturão de asteroides entre os planetas Marte e Júpiter. Após parte da nave espacial retornar à Terra com as amostras de asteroide, um dos módulos seguirá viagem para ver de perto de 311P, que está a uma distância entre 150 mil e 500 mil km da Terra.
O tal objeto astronômico é considerada uma anomalia por ejetar material como gás e poeira, e se parece com “um cometa com caudas”. Ele desafia as concepções atuais de cometa dos astrônomos por ter sua órbita em uma região do espaço perto demais do Sol para manter elementos voláteis como a água. A ideia é estudar de perto propriedades como sua dinâmica orbital, rotação, tamanho, forma e propriedades térmicas, além dos materiais ejetados pelo estranho cometa.
Tianwen-1, a primeira missão chinesa à Marte, foi lançada em 2020. A sonda Tianwen-2 foi construída ainda em 2019, e, de início tinha lançamento esperado para 2022. O nome da missão, Tianwen, faz referência a um antigo poema chinês que traz perguntas a Tian, figura mítica que representa o paraíso.
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