Um tipo de evento extremo triplo que era praticamente inexistente 20 anos atrás no Atlântico Sul – a combinação de ondas de calor marinhas, escassez de clorofila e acidificação acentuada do mar – começou a ocorrer com assiduidade na porção abaixo do Equador desse oceano a partir de 2009, de acordo com artigo publicado em 16 de abril na revista Nature Communications. É a primeira vez que um estudo mapeia a frequência e a intensidade desse fenômeno composto nesse segmento do Atlântico.
A ocorrência dos eventos foi analisada ao longo de dois períodos de 10 anos consecutivos (de 1999 a 2008 e de 2009 a 2018) em seis regiões do Atlântico Sul, três perto da costa brasileira e três do litoral da África. Em todas, durante o primeiro intervalo de tempo, não houve registro de nenhum evento que juntasse concomitantemente os três tipos de extremos. No segundo período, a história mudou completamente. Os episódios de eventos triplos começaram a aparecer e a se tornar relativamente comuns. De acordo com a região em análise, a duração mínima acumulada do total de eventos triplos variou de 17 a 49 meses na segunda década coberta pelo estudo (ver quadro comparativo abaixo). Os episódios concomitantes mais severos reunindo ondas de calor, alta acidez e pouca disponibilidade de clorofila abrangeram áreas que representavam entre 4% e 18% da extensão total de cada região.
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