Polícia Federal indicia Bruno Henrique, do Flamengo, por fraude em cartão amarelo

Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de operação contra manipulação em jogo para favorecer parentes em bets
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Bruno Henrique se tornou alvo da PF após investigações apontarem que o jogador teria forçado um cartão amarelo no jogo contra o Santos (Reprodução: TV Globo)

O atacante Bruno Henrique, um dos principais jogadores do Flamengo, virou alvo da Polícia Federal. O jogador foi indiciado na segunda-feira por estelionato e fraude em competição esportiva. A razão é um cartão amarelo recebido numa partida contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023, que vinha sendo investigado desde novembro do ano passado. A informação é do site Metrópoles.

Os investigadores encontraram no aparelho celular do irmão de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, trocas de mensagens que comprometem o jogador e o colocam diretamente ligado ao esquema de apostas. O atleta foi indiciado por estelionato e fraude em competição esportiva.

O portal publicou reproduções de conversas entre o jogador e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, em que Bruno Henrique aparece avisando a data em que receberia o cartão amarelo. É justamente na partida contra o Santos. Numa das trocas de mensagens, Bruno garante que não receberia o cartão antes: “Não vou reclamar”, “só se eu entrar duro em alguém”, garante o jogador

O caso vinha sendo investigado desde novembro do ano passado, quando casas de apostas detectaram um volume anormal de apostas no cartão amarelo. O STJD chegou a abrir uma investigação, que acabou arquivada.

A PF analisou 3.989 conversas no WhatsApp de Bruno Henrique, sendo muitas delas vazias ou apagadas — o que, para os investigadores, pode indicar que o atacante deletou parte dos registros. No entanto, os agentes apreenderam o celular do irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, e identificaram diálogos que mostram o envolvimento de Bruno Henrique no esquema para receber um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023.

Bruno e o irmão, Wander — também alvo da operação da PF em novembro do ano passado — trocaram mensagens em 29 de agosto, quando Wander questionou o irmão sobre ele estar pendurado no Brasileirão:

“O tio você está com 2 cartão no brasileiro?”

Em resposta, o atacante escreveu: “Sim”.

Wander segue: “Quando [o] pessoal mandar tomar o 3 liga nós hein kkkk”

Bruno Henrique responde: “Contra o Santos”.

Na sequência, Wander escreve: “Daqui quantas semanas?”

Bruno Henrique: “Olha aí no Google”

Wander: “29 de outubro”, “Será que você vai aguentar ficar até lá sem cartão kkkkkk”

Bruno Henrique: “Não vou reclamar”, “Só se eu entrar forte em alguém”

Wander então responde: “Boua já vou guardar o dinheiro investimento com sucesso”

Para a PF, as trocas de mensagens indicam que Bruno Henrique teria passado ao irmão informações antecipadas sobre o recebimento de cartão amarelo no confronto contra o Santos. Para os investigadores, um trecho chamou a atenção: o momento em que o atacante questiona o irmão se “aguentaria ficar até a data sem receber um cartão amarelo”.

BH citou que só receberia o cartão se “entrasse forte em alguém” e, diante da informação, Wander respondeu informando que iria “guardar dinheiro”, supostamente para realizar a aposta no confronto do Flamengo contra o Santos. Ele afirmou ainda que seria um “investimento com sucesso”.

Wander Nunes Pinto Junior (Irmão) – Apostou R$ 380,86 e teve um retorno de R$ 1.180,67 (jogo contra o Santos)

Ludymilla Araújo Lima (Cunhada) – Ludymilla realizou a aposta em duas plataformas. Na primeira apostou R$ 380,86 e teve um retorno de R$ 1.180,67. Na segunda casa de apostas colocou e R$ 500,00 e teve um retorno de e R$ 1.425,00 (jogo contra o Santos).

Poliana Ester Nunes Cardoso (Prima) – Apostou R$ 380,86 e teve retorno de R$ 380,86 (jogo contra o Santos).

 

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Já o segundo grupo é composto por seis apostadores entre si.

10 mil para entrar no esquema

Em 7 de outubro, investigadores encontraram outra troca de mensagens entre Bruno Henrique e o irmão, em que voltam a tratar sobre o recebimento de cartão amarelo no jogo contra o Santos.

Os diálogos mostram que o atacante enviou uma mensagem a Wander e o questiona, chamando-o de “Juninho”:

“O Juninho”,
“Vc consegui fazer transferir Pix no valor alto da sua conta?”

Wander responde:
“Consigo BH”,
“Qual valor?”

BH segue:
“10 conto”

Wander responde:
“Consigo”

As mensagens continuam até que Bruno Henrique informa:
“Vc não pode ser”,
“Temos nomes igual”

Na sequência, Wander pergunta:
“Vai da ruim?”,
“O que era?”

BH responde:
“Vai”,
“Negócio de aposta aqui”

Para a PF, o conteúdo sugere que o irmão de Bruno Henrique se interessou pelo suposto esquema. Em seguida, Wander questiona o atacante:

“Uai da essa ideia aí que vou apostar aqui tô precisando de dinheiro kkkkkk”

BH retruca:

“Esse aqui pesado não dá pra vc não”

Wander insiste:

“Se eu ganhar 1 mil reais tá bom se for coisa certa”

Nas mensagens, BH responde que, para entrar no esquema, seria necessário ter R$ 10 mil disponíveis semanalmente:

“Tem que ter 10 k todo final de semana”

Wander então informa que o atacante poderia mandar o dinheiro para a conta de uma terceira pessoa, que repassaria a ele. Mas BH responde que já estaria resolvendo isso, acrescentando que com o irmão “não daria”. Wander encerra:

“Entendi”,
“Carai viu”,
“Meu olho até brilhou”

Outro ponto que chamou atenção dos investigadores foi uma mensagem de Wander questionando o irmão se ele poderia “tomar um amarelo hoje”. Os diálogos mostram que o atacante respondeu:

“Dá não, tenho 1 já”

A partida em questão era entre Flamengo e Corinthians, disputada na Neo Química Arena, em São Paulo. Bruno Henrique, de fato, recebeu cartão amarelo na ocasião. Para a PF, isso demonstra que Wander recebia informações privilegiadas sobre quando o jogador tomaria cartões.

As conversas continuam, com um novo trecho em que Wander pergunta:

“Deu certo conseguiu aí”

E BH responde:

“Deu”,
“Lajinha”
“10”

Para a PF, a menção a “Lajinha” indica que essa pessoa teria sido usada por Bruno Henrique no esquema de apostas.

Na sequência, Wander comemora:

“Boa kkkkkk”,
“Só comemorar agora”,
“Tá apostando vitória ou cartão algo assim”

BH responde:

“Não é nada disso não”,
“Parada de cavalo”

Diante disso, os investigadores suspeitam que as mensagens tratem de apostas fraudulentas relacionadas a corridas de cavalo. A tese é reforçada pelo cuidado de Bruno Henrique em não envolver o irmão diretamente, devido ao sobrenome em comum, e também pela fala de Wander:

“Só comemorar agora”

O trecho, segundo a PF, sugere que o resultado da aposta já era conhecido ou garantido.

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Ligação nas vésperas do jogo

Segundo a PF, na véspera da partida entre Flamengo e Santos pelo Campeonato brasileiro de 2023, Bruno Henrique ligou para o irmão para confirmar o cartão amarelo na partida. Após breve troca de mensagens, o atacante do Flamengo liga para Wander, que para a PF, visando avisar que forçaria o cartão.

Bruno Herique se tornou alvo da PF após investigações apontarem que o jogador teria forçado um cartão amarelo no jogo contra o Santos, válido pelo Campeonato Brasileiro de 2023 para beneficiar apostadores.

O Metrópoles entrou em contato com a assessoria do jogador, que preferiu não se manisfestar neste momento.

A investigação teve início após um levantamento feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 31 de julho de 2024.

A análise foi motivada por um alerta da International Betting Integrity Association (IBIA) sobre possíveis irregularidades na partida contra o Santos, realizada em 1º de novembro de 2023.

Os relatórios da CBF apresentados à PF, explicavam que algumas apostas atípicas foram feitas na Kaizen Gaming por usuários novos e antigos, muitas delas registradas em Belo Horizonte (MG), cidade natal de Bruno Henrique.

Apesar do jogador não ter antecedentes na manipulação de jogos, a CBF afirma que as apostas feitas pelos usuários, juntamente com o comportamento do jogador, que foi punido com dois cartões de advertência nesse jogo, um amarelo por falta contra um jogador do Santos e um cartão vermelho por ofender o árbitro da partida, causou estranhamento e gerou o alerta da IBIA.

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"Pai orgulhoso do Davi e da Leonor, casado com a Roberta, minha parceira de vida e meu maior apoio. Como conservador, acredito profundamente na importância da justiça e do reconhecimento do esforço individual, valores que considero fundamentais para construir uma vida íntegra e significativa. Minha fé evangélica é o alicerce que sustenta minha existência, pois acredito que Deus é a razão e a fonte de tudo, guiando meus passos e dando propósito a cada escolha que faço. Vivo para honrar meus princípios e para cultivar uma vida baseada na verdade, na ética e no amor ao próximo, sempre buscando ser um exemplo para minha família e comunidade."

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