À noite, feche um pouco a janela, abra a porta do quarto, saia logo da sala, vá dormir, mas não durma demais. Em resposta ao excesso de luminosidade ou de gás carbônico (CO₂) e a horários irregulares de sono, recomendações desse tipo podem vir a se tornar comuns em residências, refeitórios, salas de reuniões, estações de trem, entradas de prédios e outros espaços públicos fechados, como já se faz com medições de ozônio e de poluição atmosférica nos relógios de rua.
Essa é a meta de um grupo de arquitetos, engenheiros e físicos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que desenvolveu um monitor de ambientes internos. Descrito em um artigo publicado em janeiro na revista Internet of Things, o dispositivo avalia a qualidade do ar e a luminosidade e poderá gerar instruções individuais, emitir avisos gerais ou ser usado na gestão do bem-estar de estudantes, professores e outros profissionais. O protótipo que vem sendo testado, em sua terceira versão, é um disco branco com 15 centímetros de diâmetro; a quarta versão, em construção, é hexagonal, todos semelhantes a relógios de parede sem ponteiros.
Sem similares conhecidos, o dispositivo da Ufes reúne aparelhos que normalmente funcionam separadamente: sensores da intensidade de cada faixa de luz, de umidade, temperatura e CO₂. Ele dispõe também de um sistema de comunicação, via bluetooth, que capta informações sobre sono e atividade física das pessoas registradas em relógios inteligentes, conhecidos como smartwatches. O monitor coleta, armazena e transmite grandes conjuntos de dados, que são analisados remotamente, gerando indicações sobre possíveis ajustes no ambiente ou no comportamento dos usuários dos smartwatches (ver infográfico abaixo).
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