A produção de cana-de-açúcar na safra 2024/25 deve atingir 677 milhões de toneladas, representando uma queda de 5,1% em relação ao ciclo anterior. Os dados são do quarto e último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com base em informações coletadas em todas as unidades produtoras do setor sucroenergético.

Apesar da retração no volume colhido, a área destinada à colheita avançou 5,2% sendo estimada em 8,77 milhões de hectares. No entanto, a produtividade média da cana deve recuar 9,8%, ficando em 77.223 quilos por hectare. A redução é atribuída, principalmente, às condições climáticas adversas registradas na região Centro-sul, responsável por 91% da produção nacional.

Segundo a Conab, a combinação de chuvas abaixo da média e altas temperaturas comprometeu o desenvolvimento dos canaviais. Outro fator que afetou negativamente a produtividade foi a ocorrência de queimadas, que destruíram áreas de plantio em plena fase produtiva.

Regiões produtoras

A Região Sudeste segue como a principal responsável pela cana-de-açúcar brasileira com uma produção estimada em 439,6 milhões de toneladas na safra 2024/25, uma queda de 6,3% em relação ao ciclo anterior. A área colhida estimada é de 5,48 milhões de hectares, um aumento de 7,5%, enquanto a produtividade deve ficar em 80.181 kg/ha (-12,8%).

Na sequência está a Região Centro-Oeste, com uma produção esperada de 145,3 milhões de toneladas, em uma área de 1,85 milhão de hectares. Segundo a Conab, houve um leve avanço de 0,2% na produção e de 4% na área colhida. Apesar disso, a produtividade média teve queda de 3,7%, podendo atingir 78.540 kg/ha.

Em terceiro lugar está a Região Nordeste, onde a produção deve ficar em 54,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução de 3,7% frente ao ciclo 2023/24. A área colhida estimada é de 897,5 hectares, um avanço de 1,6%. No entanto, a produtividade média recuou 5,3%, com 60.570 quilos por hectare. Segundo a Conab, a queda na produção nordestina foi causada, principalmente, pela restrição hídrica enfrentada na região, que comprometeu o desenvolvimento das lavouras.

Na Região Sul, a produção de cana-de-açúcar para a safra 2024/25 foi estimada em 33,6 milhões de toneladas, uma queda de 13,2% em relação ao ciclo anterior. O recuo é atribuído à expectativa de menor produtividade, influenciada pelas condições climáticas desfavoráveis, além da redução da área colhida. A produtividade média deve alcançar 69.148 kg/ha (-6,4%). Já a área colhida foi estimada em 486,1 mil hectares (-7,3%).

A Região Norte — responsável por apenas 0,6% da produção nacional — tem uma produção estimada de 4 milhões de toneladas, um avanço de 2,5% em relação à safra passada. A área colhida é de 49,6 hectares (+1,4%), com produtividade de 81.481 kg/ha (+1,1%).

Estimativa de produtividade e produção no Brasil

Subprodutos da cana-de-açúcar

O levantamento da Conab também estima que a produção de açúcar na safra 2024/25 alcance 44,1 milhões de toneladas, uma queda de 3,4% em relação ao volume registrado no ciclo anterior. Apesar da queda em relação à última safra, a temporada que se encerra deve registrar a segunda maior produção de açúcar da série histórica da Conab.

A produção de etanol de cana-de-açúcar na safra 2024/25 está estimada em 29,4 bilhões de litros, redução de 1,1% em relação ao ciclo anterior. A retração é atribuída às condições climáticas desfavoráveis que afetaram a oferta de matéria-prima.

Já o etanol de milho segue em forte expansão e deve alcançar 7,8 bilhões de litros, um crescimento de 32,4% na comparação anual.

Com isso, a produção total de etanol no país pode chegar a 37,2 bilhões de litros, registrando um aumento de 4,4% em relação à safra 2023/24.

Exportações

As exportações brasileiras de açúcar seguem em patamares elevados, consolidando o Brasil como o principal fornecedor mundial do produto. De acordo com a Conab, o país exportou 35,1 milhões de toneladas na safra 2024/25, volume que se manteve estável em relação à safra anterior. No entanto, a receita gerada com as exportações foi de US$ 16,7 bilhões, queda de 8,2% em comparação ao ciclo anterior, refletindo a redução nos preços internacionais do produto.

Já as exportações brasileiras de etanol fecharam a safra 2024/25 com um volume de 1,75 bilhão de litros embarcados, uma queda de 31% em comparação com o ciclo anterior.

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